O Brasil é um dos maiores produtores de lixo do mundo. Estima-se que, em 2025, o País irá gerar mais de 300 mil toneladas de resíduos diariamente. Estes resíduos podem ser sólidos, como embalagens de plástico, vasilhames de vidro ou alumínio, papel, restos de alimentos, entre outros. Mas também geramos resíduos líquidos (os esgotos), constituídos pela água servida ou residual, ou seja, já utilizada na higiene pessoal, preparo de alimentos, lavagem de minérios e equipamentos industriais, uso agrícola, etc., geralmente misturada à outras substâncias e também resíduos sólidos, como produtos químicos, óleos e solventes, produtos de limpeza (como sabões e detergentes), produtos tóxicos, fezes, urina, entre outros.
Lançados diretamente nos corpos de água, sem o devido tratamento, estes efluentes podem causar diversos e graves problemas ambientais e sociais. Infelizmente, esta prática ainda é comum nas cidades da maioria das regiões brasileiras, onde os rios recebem esgotos domésticos, efluentes industriais, lixo e resíduos oriundos da mineração e da agricultura.
As Estações de Tratamento de Água (ETAs)
A água, como um bem indispensável à vida e ao funcionamento dos ecossistemas, assim como recurso fundamental nos processos produtivos, requer cuidados especiais antes de ser consumida ou lançada no meio ambiente juntamente com poluentes. As Estações de Tratamento de Água (ETAs) têm por objetivo captar e descontaminar a água dos mananciais (rios, lagos, represas), tornando-a viável ao uso humano, seja para beber, tomar banho ou cozinhar.
Mesmo vinda diretamente de uma fonte supostamente limpa, ela não deve ser consumida in natura, sem tratamento, devido muitas vezes à presença de microrganismos causadores de doenças, além de produtos químicos, que porventura sejam jogados no curso d`água. De modo similar, as Estações de Tratamento de Esgotos (ETEs) trabalham para receber o esgoto (coletado através de redes próprias para esse fim) e remover os poluentes nele presentes, por meio de processos físicos, químicos e biológicos, antes que a água seja descartada novamente na natureza (especialmente nos corpos hídricos) ou destinada para reuso.
Em Belo Horizonte, o esgoto é tratado pela ETE Onça, que tem papel fundamental para o saneamento da região e a preservação do Ribeirão do Onça e do Rio das Velhas.
ETEs e ETAs: elemento primário
A implantação das ETEs e ETAs deve ser considerada como elemento primário na infraestrutura de qualquer cidade, pela importante função que desempenham e os inúmeros benefícios que propiciam. Uma comunidade que tem acesso à água de boa qualidade e ao esgoto tratado, é certamente mais saudável, produtiva e feliz.
Além disso, passa a ter maior consciência em relação ao valor dos recursos hídricos, sua forma correta de utilização e a importância de preservá-los, para assegurar sua qualidade e disponibilidade. Rios e lagos mais limpos voltam a acolher a vida aquática, antes afastada pela contaminação, garantindo a biodiversidade nestes ambientes, além de permitir o acesso das populações a um alimento sadio e livre de poluentes (peixes e outros).
Nas empresas e indústrias, a ocorrência desses empreendimentos implica em ganhos diversos: a oferta de água limpa para o consumo dos colaboradores, com a consequente redução de problemas de saúde; a minimização dos impactos causados pelo lançamento de efluentes no meio ambiente; a possibilidade de reaproveitamento da água tratada em atividades industriais, diminuindo os custos e o desperdício; uma empresa que se preocupa em preservar os recursos naturais e a saúde de seus funcionários têm maior credibilidade e é mais valorizada, tanto pelos usuários de seus produtos, quanto por futuros investidores.
Água: consciência da nossa responsabilidade
A água é um recurso vital e limitado. E se transforma em esgoto após ser utilizada em nosso dia a dia. Por isso, é essencial termos consciência da nossa responsabilidade sobre o seu uso, não só para evitar o desperdício, mas também para reduzir a geração destes efluentes. Você pode ajudar a produzir menos esgotos!
Use a água de forma consciente, tomando banhos rápidos e fechando o chuveiro e a torneira ao se ensaboar ou escovar os dentes. Não utilize a mangueira para limpar quintais e calçadas, prefira vassoura e balde. Sempre que possível, reutilize este recurso!
A água da máquina de lavar, do chuveiro e da pia do banheiro, por exemplo, pode ser destinada para regar plantas e dar descarga nos vasos sanitários. Faça a captação da água da chuva, aproveitando-a em atividades como limpeza e jardinagem.
Não jogue óleo de cozinha na pia! Além de causar o entupimento de encanamentos, levando a prejuízos nos sistemas de esgotos, ele polui rios e lagos, acarretando danos à fauna aquática. Guarde o óleo usado em garrafas PET e leve para reciclagem.
Participe de ações educativas que envolvam a conscientização das comunidades sobre o valor de preservar os mananciais, descartar corretamente os resíduos e usar racionalmente a água. Lembre-se! Conversar com as pessoas da sua convivência (amigos, familiares, vizinhos) sobre a importância da água, faz toda a diferença. Essas atitudes, bem como a presença das ETEs e ETAs nas cidades, criam ambientes mais saudáveis e melhores para se viver.
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