A chegada do verão traz condições de temperatura e umidade favoráveis à reprodução do mosquito da dengue (calor e chuvas), motivo pelo qual a proliferação destes insetos se intensifica nesta época do ano.
Apesar de ser um tema constantemente debatido, é importante relembrar alguns conceitos e informações sobre a doença, seu vetor e as formas de prevenção. Conhecido cientificamente como Aedes aegypti, o mosquito da dengue é também o transmissor da Zika, Chikungunya e do ciclo urbano da febre amarela, doenças que constituem arboviroses (são provocadas por vírus transmitidos principalmente por artrópodes, como os mosquitos).
Possui semelhança com o pernilongo comum (muriçoca), porém, algumas características permitem diferenciá-lo deste último. Seu tamanho é menor e apresenta coloração preta com listras brancas no tronco, cabeça e pernas. Além disso, o som que produz é praticamente inaudível ao ouvido humano. O Aedes vive em áreas urbanas, onde encontra cenário ideal para se reproduzir, fazendo a postura de seus ovos em água parada.
Imunidade
A transmissão do vírus da dengue ocorre quando a fêmea infectada do mosquito pica os seres humanos para se alimentar de sangue, especialmente no início da manhã, final da tarde e começo da noite. Há 4 tipos diferentes deste vírus. Ao se infectar com um deles, a pessoa torna-se permanentemente imune apenas àquele sorotipo, estando, portanto, passível de adquirir os demais. Isto significa que ela pode contrair a doença mais de uma vez.
Os sintomas da dengue incluem febre, dor de cabeça e atrás dos olhos, dor no corpo e nas articulações, mal estar, cansaço e manchas vermelhas pelo corpo. Na forma mais grave da doença, após o terceiro dia, quando a febre começa a baixar, é comum surgir sinais de hemorragia, como sangramentos no nariz e gengivas, além de hematomas causados pelo rompimento de vasos sanguíneos localizados na camada superficial da pele. O grupo de maior vulnerabilidade às complicações quando se trata desta arbovirose são os idosos, crianças de até 2 anos de idade, pessoas portadoras de doenças crônicas e gestantes.
Ações simples e acessíveis
Embora os índices de propagação do Aedes aegypti sejam mais altos no verão, os cuidados para prevenir a dengue devem acontecer durante todo o ano. E a medida mais eficaz para o combate à doença ainda é o controle do vetor, através de ações simples e acessíveis, tais como:
• Eliminar recipientes contendo água parada ou com potencial de acumular água, impedindo que o mosquito possa utilizá-los para colocar seus ovos, como pneus, pratinhos de vasos de plantas (devem ser preenchidos com areia), garrafas, calhas e outros;
• Descartar e acondicionar adequadamente o lixo, mantendo-o em sacos plásticos dentro de lixeiras, a fim de evitar que objetos possam acumular água e sejam usados como criadouros pelo Aedes;
• Uso frequente de repelentes, especialmente em locais onde a ocorrência do mosquito e da doença sejam conhecidas (o uso de velas à base de citronela e outros repelentes naturais também é uma boa alternativa);
• Colocar tela nas janelas, vedar reservatórios e caixas de água, manter ralos, calhas e lajes livres de resíduos, a fim de evitar o contato com os insetos;
• Participar ativamente das ações de fiscalização, prevenção e combate à dengue realizadas pelo SUS, recebendo de forma respeitosa os agentes de saúde e difundindo conhecimentos sobre o assunto nas escolas, comunidades, etc.
• A vacina contra a dengue (Qdenga) já é uma realidade no Brasil, tornando-se uma importante aliada na batalha contra a enfermidade. Entretanto, os cuidados no controle do mosquito continuam despontando como medida primordial na prevenção desta e de outras arboviroses.
Todos os anos o País vivencia a mesma situação. São milhares de pessoas infectadas pela doença, filas enormes nas unidades de saúde e perda de vidas. Não é mais aceitável que este sofrimento se repita ano após ano. Devemos refletir sobre a maneira como nossas ações estão impactando este cenário e nos comprometer com a mudança, por meio de atitudes simples e trabalho conjunto.
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