O Projeto “Belvedere 100% Seguro”, idealizado pela Associação de Moradores do Bairro Belvedere (AMBB), está com a estrutura física toda implantada e os serviços seguem avançando para a implantação de nove pontos de controle, que ajudarão ainda mais o trabalho da Polícia Militar e Guarda Civil Municipal em seu trabalho de investigação.
O Belvedere está prestes a receber o maior e mais completo sistema de monitoramento inteligente por câmeras da capital mineira para reforçar a segurança e diminuir a incidência de roubos, furtos e crimes na região. O Projeto “Belvedere 100% Seguro”, idealizado pela diretoria da Associação de Moradores do Bairro Belvedere (AMBB), está com a estrutura física toda implantada e os serviços seguem avançando de acordo com o cronograma esperado. Além de parte de conectividade em fibra óptica, os postes estão chumbados ao chão e as caixas de comunicação já foram instaladas. Ao todo, nove pontos de controle estão instalados e, encontra-se em fase inicial de testes, pelo menos quatro pontos. O restante aguarda a Cemig para a ligação dos padrões independentes de energia, o que deve acontecer dentro de uma semana.
A informação é do diretor de Segurança da AMBB, Leonardo Magalhaes Assis, responsável pela implantação do projeto. O sistema tem por objetivo oferecer uma ferramenta para a Polícia Militar de Minas Gerais onde os veículos cadastrados em órgãos do governo federal e de Minas Gerais, com impedimentos de roubo, furto, clonagem, tão logo forem detectados em algum dos nove pontos de controle, sejam informados automaticamente à Polícia Militar para o atendimento. Além das câmeras com capacidade de leitura de placas, o sistema também contará com as câmeras de detecção facial, o que ajudará ainda mais o trabalho da PMMG e Guarda Civil Municipal em seu trabalho de investigação.
Ineditismo e pioneirismo
O presidente da AMBB, José Eugênio Avelar de Castro ressalta o ineditismo e pioneirismo do projeto: “Essa é a primeira vez que uma associação de bairro de Belo Horizonte implanta um sistema de segurança tão moderno. Ele é inédito porque não existe um local na cidade que conta hoje com o uso dessa tecnologia, totalmente atual e com fechamento do acesso ao bairro, em todos os pontos de acesso. Ou seja, qualquer veículo que transitar em um local dos nove pontos instalados no Belvedere será detectado”.
De acordo com Leonardo Magalhães, o sistema possui inteligência artificial embarcada e software de última geração. “São nove pontos de detecção, 19 câmeras de leitura de placa LPR de última geração e nove câmeras speedome com capacidade de leitura facial, o que permitirá registros importantes e robustos para a Polícia Militar”, explicou.
Leonardo Magalhães ressalta que os dados ficarão em um servidor exclusivo, com previsão de 30 dias de armazenamento. O acesso será restrito à PM e ao Centro Integrado de Operações de Belo Horizonte (COP-BH) pela Guarda Municipal. A Associação de Moradores não participará de nenhuma operação, será apenas parceira dos órgãos de segurança para a manutenção do sistema em funcionamento.
Leonardo comenta que, embora o projeto seja da AMBB, em razão do seu propósito de segurança e melhorias para o bairro, alguns prédios estão começando a se associar e o novo comércio com alguns Shoppings também estão apoiando a iniciativa. E isso permitiu saltar de dos cinco pontos de controle iniciais para nove pontos, ampliando mais ainda a segurança eletrônica do Belvedere.
Para o diretor de segurança, os indicadores de segurança esperados pela Associação com o projeto são muito positivos e vão ajudar a reduzir o número de roubos e outros crimes no bairro. “Nosso desejo nesta primeira fase é que o sistema de monitoramento inteligente reforce a segurança e diminua a incidência de pessoas em veículos objetos de roubo e furto do bairro. Quem cometer um delito será identificado, pois vamos oferecer à PMMG uma poderosa ferramenta para otimizar ainda mais o serviço que nos proporciona,” afirma Magalhães.
Leonardo reforça que para ampliar o sistema dentro do bairro é necessário que mais pessoas se associem à entidade, que moradores de prédios e do comércio como um todo participem também do projeto. “Afinal, todos nós temos o mesmo propósito, aumentar e fortalecer a segurança de nossas famílias e do nosso patrimônio, tornado o bairro Belvedere um exemplo de lugar para se morar e investir”, finalizou.
A expectativa é que a segurança seja potencializada com a implantação do Projeto, onde moradores irão contar com câmeras instaladas em pontos estratégicos que farão a vigilância local de vários ângulos e a transmissão de imagens em tempo real para uma central de monitoramento.
A rapidez da comunicação e da ação da PM
O Projeto “Belvedere 100% Seguro” irá auxiliar as forças policiais em assaltos e roubos, como aconteceu no último 6 de maio, quando um indivíduo foi preso após uma tentativa frustrada de invasão em domicílio seguida de roubo em uma residência no bairro. Se a operação exitosa da Polícia Militar contou naquele momento com informações da Rede de Vizinhos Protegidos, com o cerco ao imóvel e casas vizinhas, com o moderno sistema de monitoramento a PM terá uma ferramenta ainda mais robusta para conter a criminalidade na região.
Rede de Vizinhos Protegidos
A rapidez da informação e a ação imediata da Polícia Militar foram preponderantes para o sucesso da operação realizada na tentativa de assalto à residência. Segundo relatos, a moradora informou à Rede de Vizinhos Protegidos sobre a invasão em seu imóvel e imediatamente a mensagem foi visualizada pelo Ten. Damasceno, responsável pelo policiamento militar do bairro, que acionou as equipes e estas chegaram ao local em apenas dois minutos. Foi realizada uma operação tática, com o cerco ao imóvel e casas vizinhas, com reforço de unidades especializadas da Rotam, do Choque e Bope.
A rapidez da comunicação e da ação dos policiais culminaram em uma operação exitosa, que teve o reconhecimento da Associação dos Moradores do Bairro Belvedere (AMBB) em ofício enviado pelo seu presidente ao comandante da PM. O fato é que a intervenção eficaz da polícia nessa tentativa de assalto dá uma mostra de como a segurança no bairro será potencializada com a implantação do Projeto “Belvedere 100% Seguro”, iniciativa pioneira em Belo Horizonte idealizada por uma associação de moradores.
Casa abandonada ao lado
A dinâmica da tentativa de assalto à residência no Belvedere, além de deixar a moradora amedrontada, mostra como alguns vizinhos estão sendo prejudicados com a situação de casas abandonadas que foram vendidas a construtoras, mas que se encontram vazias e à espera de um projeto de engenharia. Segundo relato da vítima, esta é a segunda vez que a casa foi invadida, sendo a primeira em novembro do ano passado, quando o mesmo indivíduo aproveitou a ausência dos proprietários e roubou mais de R$ 300 mil em dinheiro, jóias, eletrodomésticos e bebidas. Nessa tentativa de agora, o suspeito cortou a fiação de energia e de internet no poste, e ainda conseguiu entrar na residência passando por três barreiras de cerca concertina.
Além do prejuízo financeiro, a moradora conta que o psicológico está incomodando mais. “Durante as buscas junto com a polícia, identificamos que a casa ao lado que está abandonada foi invadida por pessoas em situação de rua e outras, e de lá eles tinham pontos de observação da minha residência. A informação que temos é que a propriedade foi comprada por uma construtora. Com isso, o lugar está vulnerável e em completo abandono”, declarou E., que pediu para não ser identificada.
Para a moradora, os moradores passaram a ficar mais suscetíveis a situações como essa após a chegada do comércio no bairro. “É muita coincidência, minha casa ser assaltada e invadida em um período de seis meses. Moro no bairro há dez anos e tudo aqui mudou muito. O lugar que adorava morar, onde meus filhos cresceram, está me trazendo medo. As pessoas precisam voltar a andar nas ruas com tranquilidade, com a melhoria da segurança”, explicou.
Ela ressalta a importância da iniciativa da Associação de Moradores em implantar um sistema de monitoramento do bairro através de câmeras: “Já que o poder público não toma frente, ter uma associação forte, dedicada, que zele pela segurança e qualidade de vida da população é muito plausível. Pois, o Belvedere precisa voltar a ser o que ele sempre foi. Um lugar tranquilo”, finalizou a moradora.
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