Os comerciantes e moradores do bairro de Nova Lima relataram que a instabilidade no fornecimento, com queda de fase e até mesmo a interrupção da energia causaram problemas no funcionamento de suas empresas.
Comerciantes e moradores do bairro Jardim Canadá, em Nova Lima, se reuniram com dirigentes da Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig) e da Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (FIEMG), para tratar dos problemas enfrentados em relação à qualidade de energia nos últimos anos, notadamente agravados na primeira semana de outubro. Comerciantes relataram que a instabilidade no fornecimento, com queda de fase e até mesmo a interrupção da energia causaram problemas no funcionamento de suas indústrias.
Estima-se que a região Noroeste de Nova Lima possui aproximadamente 1.300 empresas, das quais cerca de 900 estão instaladas no bairro Jardim Canadá. De acordo com a Prefeitura de Nova Lima, o bairro possui em torno de 5 mil habitantes.
Prejuízos
Segundo informou o empresário Fábio Croso, do Posto Chefão, o bairro sofre constantemente com o problema, principalmente, quando inicia o período chuvoso é que o problema tende a aumentar. Ele relata que na semana do dia 5 de outubro a situação se agravou, com a entrega de energia abaixo dos 220 V prejudicando o funcionamento de equipamentos e comprometendo a produção das indústrias.
De acordo com os empresários, as falhas ocorridas pela queda de energia constante, além de interromper o fluxo produtivo, levam a falhas mecânicas e exigem reparos em maquinários causando custos não provisionados, podendo inclusive afetar a entrega de pedidos e até mesmo comprometer os contratos, gerando prejuízos financeiros.
“Com a oscilação da energia, muitos empresários tiveram seus negócios afetados, com risco de danos sérios em equipamentos como de usinagem, em fornos, em aparelhos de linha de produção, entre outros. Além disso, equipes das áreas de produção e financeira foram prejudicadas”, explicou Fábio. Segundo ele, além de comprometer a fabricação de produtos, prejudica também o atendimento. No seu negócio, por exemplo, no Posto Chefão os clientes ficaram sem abastecer seus veículos, causando tumulto para quem precisava do combustível. “Além de não produzir, não fornecer produtos e insumos, os funcionários deixam de trabalhar. As oscilações e cortes de energia também causam danos a equipamentos domésticos e componentes eletrônicos, trazendo transtornos e transformando a vida das pessoas em um caos muito grande. Sofre quem vive no bairro, quem trabalha, quem produz e os que utilizam os serviços da região”, declarou.
O JORNAL BELVEDERE procurou a Cemig para saber o que está sendo feito para garantir segurança ao sistema de energia do bairro, principalmente neste período chuvoso. Mas, não obteve retorno da empresa.
Cemig reconhece o problema
Durante a reunião, a Cemig confirmou aos empresários o problema ocorrido em fonte de tensão e apresentou algumas atividades que vêm sendo realizadas, bem como as melhorias previstas para serem executadas na rede. Entre elas, a instalação de medição gráfica no circuito de alimentação e a poda, limpeza e alívio de carga na subestação. A empresa informou que está em andamento a inspeção termográfica e visual nos equipamentos da rede de distribuição, e será feita a divisão do circuito atual com a utilização de um novo transformador para aliviar a carga, com previsão de conclusão em até 45 dias.
Segundo a Companhia, está prevista a instalação e modificação de reguladores de tensão visando melhor estabilidade na rede com previsão de conclusão em até 120 dias. E, para 2027, a promessa é que a Cemig procederá com a construção de duas novas subestações que melhorarão a qualidade de rede da região até o ano de 2027.
No próximo dia 8 de novembro, uma nova reunião será realizada com o grupo de comerciantes e as instituições para apresentação das melhorias e também uma ação para informar como as empresas devem solicitar os aumentos de carga junto à Cemig.
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