Fim de ano, felicidade e gatilhos emocionais

O fim de ano, embora muitas vezes celebrado como uma época de alegria, traz consigo uma complexidade emocional para muitas pessoas. Em meio às festividades, reflexões sobre o passado, lutos e expectativas para o futuro, existem gatilhos emocionais que precisam ser considerados.

As festas de fim de ano podem gerar estresse e ansiedade para algumas pessoas. A pressão social, a necessidade de socialização e as expectativas criam um terreno fértil para gatilhos emocionais. Muitas vezes as pessoas sentem isso na pele, mas não conseguem se libertar. De acordo com índices do Covitel 2023 (Inquérito Telefônico de Fatores de Risco para Doenças Crônicas Não Transmissíveis em Tempos de Pandemia), 31,6% dos entrevistados já receberam diagnóstico médico de ansiedade e 14,1%, de depressão. O levantamento ouviu 9 mil pessoas, de todas as regiões do Brasil. E se esses resultados, por um lado são assustadores, por outro, podem significar efeitos de estilos de vida, de decisões e de que gatilhos dos quais, de novo, as pessoas não conseguem se libertar.

Afinal, o que buscar nestes marcos temporais: felicidade ou paz? Você percebe a diferença? A felicidade é algo que depende de muitas conjunções externas e tem uma vulnerabilidade latente. A paz é uma outra perspectiva que além de perenidade, independe de fatores externos.

Enquanto o Ano Novo simboliza renovação e esperança, para alguns é um momento de tristeza e frustração. Sentimentos de insucesso em relação aos objetivos anteriormente fixados e à ansiedade sobre o futuro podem ser desencadeadores emocionais significativos.

Também é fator de atenção neste período as redes sociais, que podem ser fontes de gatilhos emocionais poderosos. Há um tempo sabemos que a “vida perfeita” exposta em redes sociais pode impactar a saúde mental. Essa tendência de compartilhar apenas momentos positivos pode levar a comparações prejudiciais, impactando a autoestima e a autoimagem. Nas redes, as pessoas estão sempre felizes e pregam a felicidade como um estilo de vida. Os problemas podem surgir com a busca incessante por essa felicidade, o que gera efeitos colaterais em quem consome diariamente a “vida perfeita” de outros.

Como podemos esperar que o “próximo ano mude”, seja mais próspero e significativo, se repetimos os mesmos padrões de comportamento, a mesma visão de mundo… Então já que os feriados estão aí, seria uma bela e autêntica celebração, nos desnudamos de muitas coisas que pensamos sobre nós mesmos e a vida.

E há tendência de imaginar que com a proximidade do período de fim de ano, o ciclo se encerre e tudo se transforme. Mas e como fica isso no Brasil, que conquistou a triste marca de país mais ansioso do mundo? A psicóloga sistêmica Joelma Silva, criadora do Projeto Florescer, que revela que “para lidar com esses gatilhos, é essencial repensar expectativas e permitir-se sentir uma gama completa de emoções, incluindo tristeza e frustração. Caso sintomas de depressão ou ansiedade persistam, buscar ajuda profissional é crucial”.

Joelma Silva, nascida em BH, é uma psicóloga criativa e estudiosa, cujo interesse pelo desenvolvimento humano e espiritualidade surgiu desde a infância. Iniciou seu trabalho voluntário e educativo aos 9 anos, focando em crianças carentes e expandindo para jovens e adultos.

Joelma comenta que uma primeira reflexão deveria ser sobre o fato de que é antinatural marcar que o ano termina: “A ano não termina, nem começa. Não existe isso na natureza! É uma construção social. Qual o fluxo que está acontecendo agora? Temos que nos preparar para estarmos inteiros o ano todo e não cair nessa armadilha”.

SERVIÇO:

Retiro de Rèveillon – Meráki (Viver com Alma): 29 de dezembro a 2 de janeiro – Ouro Branco – MG: hospedagem, práticas de autoconhecimento, meditação, celebração, trilhas, estilo de vida saudável. Mais informações: https://www.queroflorescer.com.br/retiro-de-reveillon-meraki-viver-com-alma/

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