A situação no bairro tem se tornado uma prática comum entre os tutores de animais e isso vem causando indignação nos moradores, principalmente, aos que residem em prédios no entorno da Lagoa Seca.
Revolta e indignação. Estes são os sentimentos de moradores em relação ao que se vê cotidianamente nas calçadas do Belvedere, na Região Centro-Sul de BH, ou até mesmo em outras ruas da Capital. Afinal, atire a primeira pedra quem nunca foi vítima em pisar em fezes, ou ao menos esteve próximo às cacas de algum cachorrinho cujo tutor levou para passear e a deixou no caminho. No Belvedere, essa prática dos tutores que negligenciam o problema tem sido uma constante, causando incômodo principalmente àqueles que residem em prédios no entorno da Lagoa Seca, onde as calçadas são o ponto preferido para os passeios com os cães durante uma caminhada.
“Receberão em casa”
Nos últimos dias, moradores utilizaram as redes sociais para demonstrar a indignação com a constante infração e a quantidade de fezes de cachorros nas calçadas em frente às suas residências. O fato tem acontecido diariamente na região dos prédios e também na parte de residências unifamiliares. Uma moradora do Belvedere chegou a publicar uma foto da sujeira em frente ao seu prédio com uma mensagem argumentando: “Nossos vizinhos estão trazendo os seus pets para usar a calçada como vaso sanitários, há anos. Tenho filmagem e posso identificar quem são, inclusive, sei dos seus endereços. A partir de agora vou entregar no endereço de cada um deles os mesmos ‘presentinhos’ que deixam na minha calçada. Paciência tem limite”, escreveu a moradora, que não será identificada nesta reportagem.
Bastante incomodada, ela relata que vários infratores são os seus vizinhos da Rua João Antônio de Azevedo. “Eles adoram fazer isso” e acrescenta: “Eles receberão em casa”, ressaltando que vai mandar as “cacas” de cachorros de volta para os donos.
A mensagem obteve uma grande repercussão entre os integrantes do grupo de moradores e muitos reiteraram suas indignações. A Associação de Moradores do Bairro Belvedere, por sua vez, produziu um vídeo educativo que está sendo veiculado em vários grupos das redes sociais, cujo objetivo é conscientizar os tutores que eles podem demonstrar o mesmo amor que têm pelos pets, cuidando do bairro.
Falta educação
Entulhos, móveis e, principalmente, fezes de cachorro, onipresentes nos passeios públicos, ultrapassam a mera indignação: são sinais de uma sociedade cada vez mais individualista, que não respeita a si e aos que estão em volta. Segundo a psicóloga Maria Izabel Calil Stamato, coordenadora do curso de Psicologia da Universidade Católica de Santos (UniSantos), as situações vividas pelos moradores do Belvedere são exemplos de uma educação voltada para o individualismo. “Há pouca preocupação com as questões coletivas. Os adultos não estão voltados para isso”.
A psicóloga Izabel Stamato crê que educação é a base para uma mudança de mentalidade: “As pessoas pensam que o espaço público não é de ninguém, mas é de todos. A conscientização só virá com a massificação de campanhas educativas, eventos e com o trabalho da mídia, dando visibilidade para ações em conjunto”.
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