Madeira ligeiramente modificada ganha o protagonismo na construção civil e Minas Gerais terá o primeiro prédio construído com o material.
A madeira, considerada um dos materiais mais antigos do mundo, está ressurgindo com novos protagonismos na indústria da construção civil. Apontada como um material renovável, ela vem sendo usada em projetos modernos de arquitetura e engenharia, tomando o lugar até então ocupado pelo concreto. Apoiada na tecnologia aplicada na composição de tábuas e placas, que aumentam sua resistência e melhoram a sua estabilidade, a madeira engenheirada surge como excelente opção para projetos, com características especiais como resistência ao fogo e o cuidado com a sustentabilidade ambiental.
Como fonte alternativa, a madeira vem sendo usada na construção em países como Noruega, Cingapura, EUA e a Suécia está se preparando para construir a “Stockholm Wood City”, o maior projeto urbano em madeira do mundo, com um investimento de mais de US$ 1 bilhão. O uso da madeira na construção é uma prática antiga, mas, com a Revolução Industrial, o concreto e o aço se tornaram dominantes, devido à facilidade de produção em larga escala.
Empresa trabalha a Madeira Laminada Colada
Gabriel Ferreira, engenheiro e diretor da Massiva Timber Fab, empresa que produz madeira engenheirada, explica que hoje a madeira maciça ganhou novas técnicas e estruturas híbridas para reduzir as emissões de carbono e promover a sustentabilidade no setor de construção. A madeira é um recurso natural renovável e tem a capacidade de armazenar carbono, uma vez que a árvore absorve CO2 durante seu crescimento. Ao usar madeira maciça na construção, é possível substituir parte do cimento e, consequentemente, reduzir as emissões de carbono associadas.
Cada metro cúbico de madeira na construção absorve uma tonelada de dióxido de carbono. Gabriel Ferreira explica que para essa tecnologia são usadas estruturas denominadas MLC (Madeira Laminada Colada), que são a união de várias peças de madeira através de colagem, formando vigas, pilares, treliças e outras estruturas. O novo material é produzido a partir de tábuas ou lâminas de madeira maciça, geralmente provenientes de madeiras de alta qualidade e resistência, como o pinus, o eucalipto ou o abeto. Essas tábuas são coladas longitudinalmente, uma ao lado da outra, e em seguida prensadas sob altas temperaturas e pressão.
O resultado é uma única peça de madeira muito mais forte e estável do que uma única tábua, com alta resistência mecânica e estrutural, permitindo a construção de peças robustas que suportam grandes cargas, graças à combinação dos grãos e à eliminação de defeitos presentes em algumas tábuas individuais. A colagem das tábuas reduz significativamente os efeitos da expansão e contração naturais da madeira, em resposta às variações de umidade e temperatura. plica que hoje a madeira maciça ganhou novas técnicas e estruturas híbridas para reduzir as emissões de carbono e promover a sustentabilidade no setor de construção. A madeira é um recurso natural renovável e tem a capacidade de armazenar carbono, uma vez que a árvore absorve CO2 durante seu crescimento. Ao usar madeira maciça na construção, é possível substituir parte do cimento e, consequentemente, reduzir as emissões de carbono associadas.
Primeiro prédio feito de madeira de Minas
O engenheiro trabalha buscando expandir a sustentabilidade na construção para atingir diversos segmentos pois, até então, as empresas que ofereciam madeira laminada não ofereciam certificação e qualidade suficientes. “Já estamos em negociação com uma construtora para erguer o primeiro prédio feito de madeira de Minas Gerais. Além disso, até o final do ano, vamos começar a exportar para Europa”, descreve os próximos passos.
“A utilização da MLC contribui para a preservação de florestas naturais, uma vez que é fabricada a partir de madeiras provenientes de reflorestamento, com manejo sustentável. O material pode ser usado amplamente utilizado em projetos de construção civil, como pontes, ginásios esportivos, galpões industriais, edifícios residenciais e comerciais, além de outras estruturas que requerem alta resistência e durabilidade”, explica o engenheiro, Gabriel Ferreira.
“Essa tecnologia oferece uma alternativa eficiente e sustentável para a utilização da madeira em projetos de engenharia e construção civil, contribuindo para uma arquitetura mais amigável ao meio ambiente e proporcionando benefícios econômicos e estéticos”, afirma o engenheiro e Diretor da Massiva.
Gabriel atua na área de projetos e construção de casas com estrutura de madeira há sete anos. Para ele, a madeira é o elemento mais sustentável para a construção. “Usamos madeira de reflorestamento proveniente de áreas onde foram plantadas árvores com o objetivo específico, sendo necessário que as florestas sejam gerenciadas de forma responsável, para evitar o desmatamento indiscriminado ou a exploração insustentável dos recursos florestais”, afirma o engenheiro, que explica que a construção com madeira maciça também pode ter outros benefícios ambientais, como menor consumo de energia durante o processo de produção, menor geração de resíduos e menos impacto ambiental, em comparação com o concreto.
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