Independente dos trâmites legais da Consulta Pública, que será realizada no próximo dia 30 de abril, às 19 horas, a implantação do Parque da Linha Férrea tornou-se não apenas necessária, mas urgente. A mobilidade na região está comprometida e a cada dia vidas são afetadas e o desenvolvimento é travado.
A segunda Consulta Pública do Projeto do Parque da Linha Férrea será realizada no próximo dia 30 de abril, às 19 horas, pela Agência de Desenvolvimento da Região Metropolitana de Belo Horizonte – Agência RMBH, e as prefeituras de Belo Horizonte e Nova Lima, no Centro de Educação Integral – CEI Imaculada Conceição, na Rua Aimorés, 1.600. O objetivo da audiência é recolher subsídios e contribuições da população e entidades interessadas acerca da construção do Parque da Linha Férrea, projeto que visa promover soluções de ocupação para a faixa de terreno do antigo ramal ferroviário de Águas Claras, localizado na divisa entre os municípios de Nova Lima e Belo Horizonte.
Independente dos trâmites legais da Consulta Pública, a implantação do Parque da Linha Férrea tornou-se não apenas necessária, mas urgente. A mobilidade na região está comprometida e a cada dia vidas são afetadas e o desenvolvimento é travado. A instalação da Avenida Parque é hoje um desejo de todos e passou a ser considerada fundamental para garantir o direito de ir e vir com dignidade de milhares de moradores, de trabalhadores, de quem utiliza a rede hospitalar local, de empresários que geram empregos na região e de visitantes do Vetor Sul que são diariamente penalizados pela ausência de uma infraestrutura viária.
Conheça do Projeto
O Parque da Linha Férrea abrange uma área de 400 mil metros quadrados, com 5,2 quilômetros de extensão, compreendendo desde a BR-356 até a portaria da Mina de Águas Claras. As glebas envolvem parcialmente os municípios de Belo Horizonte e de Nova Lima. O projeto do Parque integra as ações previstas no Termo de Acordo celebrado pelo Ministério Público de Minas Gerais em 25 de junho de 2024, que prevê a proteção do meio ambiente, a minimização do adensamento populacional, a proteção da Linha Férrea do antigo Ramal Ferroviário de Águas Claras e a implementação de soluções de mobilidade para o Vetor Sul. Esta é a última consulta pública determinada pelo acordo e servirá de embasamento para a União seguir com a doação do terreno aos dois municípios.
O Parque chega com uma solução inovadora ao oferecer um equipamento público totalmente integrado à natureza e ao mesmo tempo criar uma solução para o trânsito local. A área irá abrigar a Avenida Parque que fará a ligação direta entre os bairros Vila da Serra, Belvedere e outros adjacentes à BR-356, oferecendo cinco conexões viárias de mobilidade. “Será uma alternativa para quem deseja acessar a BR, tanto no sentido Belo Horizonte quanto Rio de Janeiro, sem a necessidade de passar pelo bairro Belvedere ou pelo trevo do BH Shopping”, explica André Ayres, arquiteto urbanista e responsável pelo projeto conceitual do Parque da Linha Férrea.
Segundo André Ayres, o projeto prevê cinco conexões. Na altura do bairro Jardim da Torre haverá uma ligação viária interligando diretamente a Avenida Dr. Flávio Pentagna Guimarães com a Avenida Parque, levando todo o trânsito para esta via sem nenhuma interferência no bairro Belvedere. Já na Alameda do Morro, o atual “pontilhão do Olympus” será demolido para dar lugar a uma conexão viária interligando a Alameda do Morro, a Rua Severino de Melo Jardim e a Alameda Oscar Niemeyer, também à Avenida Parque.
Ainda de acordo com o projeto conceitual, na altura do Hospital Vila da Serra, uma outra ligação viária vai interligar a Alameda Oscar Niemeyer e a Rua da Paisagem com a Avenida Parque. Enquanto que na MG-030 uma alça viária promoverá a conexão da Avenida Parque com a rodovia. Além disso, um viaduto em formato ferradura possibilitará a conexão viária da Avenida Parque com a BR 356 no sentido Rio de Janeiro e no sentido Belo Horizonte.
Avenida Parque não é a única solução para o trânsito
André Ayres ressalta que a Avenida Parque não é a única solução para o trânsito. “Ela faz parte de um conjunto de oito obras viárias anunciadas pela Prefeitura de Nova Lima e que estão planejadas para a região, pensadas para diluir o fluxo de veículos, solucionar os antigos gargalos de mobilidade e promover a integração das regionais.” As obras de arte de mobilidade urbana previstas pelo município são: a Estrada para Sabará, a Estrada Rio de Peixe que fará a ligação da MG-030 a Alphaville, a Avenida Flávio Pentagna Guimarães que se ligará à Avenida Parque, o Alargamento do Pontilhão da MG-030 no Posto Fernanda, o viaduto em formato de Ferradura ligando a MG-030 à BR-356 no sentido Rio, o alargamento da Alça da Leroy Merlim, a obra do trevo do BH Shopping e a Avenida Parque.
O projeto propõe também a transformação da área em um robusto espaço de lazer, com áreas de caminhada, pista de cooper e um parque para atividades ao ar livre. Ao mesmo tempo, em que cria uma série de ações com foco na requalificação ambiental da área, visando a melhoria da qualidade do solo através da revitalização da área degradada, o aumento da capacidade de infiltração e a recuperação da biodiversidade local. “A proposta é revitalizar a área degradada de restos de mineração para transformá-la em um ambiente mais verde, totalmente revegetado. Vale ressaltar que aproximadamente 75% da área do parque encontra-se antropizada e sem cobertura vegetal nativa, o que impacta de modo negativo na infiltração das águas de chuva”, explica André Ayres.
AMBB convoca moradores a participarem da Consulta Pública
O presidente da Associação dos Moradores do Bairro Belvedere (AMBB), José Eugênio Avelar de Castro, convocou os moradores a participarem da Consulta Pública. Ele explica que o Projeto Parque da Linha Férrea vai beneficiar diretamente os moradores e visitantes da região. “As autoridades municipais terão a oportunidade de adequar o projeto atendendo aos anseios população. Afinal, uma grande preocupação para nós moradores diz respeito ao impacto viário, pois as vias municipais já operam acima da sua capacidade. Sou favorável à construção da Avenida Parque e é imprescindível que a população do bairro conheça este projeto viário associado à requalificação da área. Porém, se perdermos a oportunidade de obter a cessão do terreno, não sabemos quando teremos outra oportunidade. Não podemos aguardar uma discussão interminável sob o risco de uma ocupação irregular naquele espaço”, ressaltou.
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