Na gestão de um edifício ou de um município a escolha dos administradores passa sempre pelas eleições e as obrigações são semelhantes como a elaboração de um Plano Diretor, prestação de contas, aprovação de orçamento e ambos estão sujeitos às normas e leis específicas, além das fiscalizações pelos diversos órgãos controladores
A gestão de um condomínio muito se assemelha com a administração de uma cidade. São vários pontos em comum e com o mesmo propósito: tornar o local onde se vive ou trabalha no melhor lugar possível. Na administração de um condomínio ou de uma cidade a escolha dos gestores se dá pelo voto, o que caracteriza os cargos como político. As obrigações são semelhantes, como a elaboração de um Plano Diretor, prestação de contas, aprovação de orçamento e ambos estão sujeitos às normas e leis específicas, além das fiscalizações pelos diversos órgãos controladores. Por outro lado, atender às demandas dos cidadãos é fundamental para quem pretende uma reeleição.
Segundo o Diretor da Nextin, Leonardo Mascarenhas, para “o sucesso da gestão é imprescindível que cada um cumpra o seu papel com ética e competência. Quanto melhor e mais preparada for uma ‘Câmara Municipal’ melhor será a gestão do prefeito, assim como a participação dos conselheiros que é de fundamental importância em um condomínio”, explicou.
Mas, ao contrário das eleições municipais, ser síndico não é obrigatório e a votação muitas vezes é problemática quando existe desinteresse. De acordo com a legislação brasileira, nenhum empreendimento é obrigado a formalizar a figura do síndico. Porém, o Código Civil estabelece atribuições do gestor o que o torna um agente importante e inevitável dentro do condomínio, pois será o responsável para gerir os problemas do dia a dia, tratar da saúde financeira do condomínio e até mesmo ser o grande conciliador de questões cotidianas.
Síndico profissional
No entanto, o mercado vem se mostrando dinâmico e competitivo para as sindicaturas profissionais. De acordo com os dados do Censo Sindiconet, divulgado neste mês de maio, 49% dos condomínios no Brasil já são geridos por síndicos externos, o que aumenta a responsabilidade do conselho na governança, preservação da cultura, valores e princípios. Este novo momento do mercado está ganhando a atenção de profissionais interessados em administrar a complexa gestão condominial. A relevância dos dados merece uma atenção, pois a porcentagem de síndicos profissionais nos condomínios pulou de 6% em 2013, para 20% em 2022, nos pós pandemia. E, do início de 2023 até agora, pouco mais de 12 meses e após a temporada de assembleias, esse número dobrou.
Para Leonardo Mascarenhas, essa consolidação forte do no mercado traz para os síndicos a responsabilidade de suas atribuições legais, como os gestores públicos, quer seja o executivo ou legislativo. “São todos agentes responsáveis por representar a sociedade, por lutar pelos interesses da coletividade, por elaborar, fiscalizar ações e fazer cumprir normas. O síndico tem a missão de zelar pelo patrimônio, interagir com o morador e com os fornecedores, e facilitar a comunicação entre todos. Sem falar, que o síndico é quem irá gerenciar crises e representar legalmente o condomínio”, informou.
Ele explica que muitas vezes os síndicos moradores conseguem realizar uma gestão fantástica, mas muitos ficam sobrecarregados em conciliar seus compromissos profissionais e os dos condomínios. Além disso, explica, a demanda pela sindicatura profissional aumentou muito em razão do crescimento econômico das cidades, com muitos lançamentos imobiliários. “Há casos que os síndicos já vêm formalizados na própria convenção, e em outros porque houve uma migração do morador que é síndico e que se tornou profissional. Segundo dados do Sinconet, cerca de 63% dos moradores buscam uma gestão mais profissional. E mais uma vez a semelhança com os gestores públicos: na eleição, a população escolhe o gestor público que entende ser o melhor para a cidade, o mais cuidadoso, o mais ideal”, explicou.
Atuando como conselheira desde a entrega do Edifício Atlanta 2, a executiva Cida Miranda ressalta a importância do seu papel: “Nossa maior preocupação é garantir uma evolução contínua. Definimos a segurança, respeito e valorização do imóvel como pontos chaves da administração. Lançamos agora um plano de carreiras e vamos investir na formação de talentos através do programa de jovens aprendizes. Queremos ter aqui uma equipe de alto desempenho, motivada e engajada.”
Como na gestão pública
Segundo Leonardo Mascarenhas, cabe ao síndico executar o que foi aprovado e fazer a diferença, como na gestão pública: “Fazer o básico é obrigação. Queremos que nossos condôminos tenham sucesso em seus negócios. A administração tem como política buscar no próprio condomínio seus fornecedores. Não queremos ninguém reclamando que o aluguel e a taxa de condomínio estão caros. Queremos incrementar as receitas através de parcerias e na oferta de canais de comunicação interno. Nosso lema é: Se puder, nós vamos fazer.”, concluiu.
Gestor de mais de 30 condomínios na região do Vila da Serra e região centro sul de Belo Horizonte, o executivo Albano Júnior ressalta: “Nossa missão é conciliar os diversos interesses e entregar sempre que possível a melhor experiência. Não poder abrir exceções tem sido o maior desafio, pois assim daremos direito ao outro.”. “Quem nos elege quer sossego e uma administração isenta e transparente”, finaliza Albano.
A tarefa de gerir não é nada fácil, nem para os gestores públicos e nem para os síndicos. Mas, ao longo dos anos, várias transformações vêm ocorrendo no mercado de sindicância. Neste caminho imprevisível a palavra de ordem é fazer bem feito, e observar sempre a dinâmica da gestão que coloca em evidência a manutenção, a administração de conflitos, a estrutura necessária e a comunicação frequente.
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