Uma das principais centralidades de Nova Lima, o bairro possui uma atividade econômica diversificada, destacando-se o comércio com toda diversidade, as indústrias e casas de shows e eventos, entre outras centenas de empresas.
A história do bairro remonta à década de 1950, quando o loteamento foi lançado, mas não ocupado, mas foi nas últimas duas décadas que o Jardim Canadá, em Nova Lima, passou por uma incrível jornada de transformação, evoluindo de um tranquilo refúgio suburbano para um vibrante polo comunitário e empresarial. O bairro, outrora caracterizado por sua serenidade rural, hoje ostenta uma personalidade dinâmica e diversificada que reflete o espírito empreendedor de seus residentes.
Atualmente, o Jardim Canadá é uma das principais centralidades de Nova Lima. O bairro possui uma atividade econômica diversificada, destacando-se o comércio, as indústrias, as agências bancárias, os centros de distribuição de varejo, os restaurantes, lotérica, postos de combustível, uma grande concentração de cervejarias artesanais, casas de shows e eventos, entre outras centenas de empresas.
Origem na infância
E tem gente que acompanhou essa transformação muito de perto, como o empresário Sérgio Máximo Pires Rezende, dono da Prodomo Design, fábrica de móveis instalada no Jardim Canadá. E a história de Sérgio Rezende com a comunidade tem origem na infância. “Como meu pai tinha uma casa no Retiro do Chalé, nós passávamos sempre em frente e, apesar de não ter nada no local, eu achava a região plana e bonita”, lembra. Muitos anos mais tarde, na década de 1990, quando já era empresário do ramo de móveis e precisava expandir sua fábrica em Belo Horizonte, ele escolheu o Jardim Canadá para fixar a nova unidade.
Sérgio Rezende recorda que os preços dos lotes eram muito baratos devido ao fato da falta de infraestrutura: “Tive que fazer praticamente a instalação da energia elétrica, que era apenas de alta tensão. Paguei pela colocação de dois postes e um transformador para que a baixa tensão pudesse chegar aos galpões que eu tinha acabado de construir. Também tive que contratar um topógrafo e máquinas para abrir uma rua que proporcionasse um bom acesso à minha fábrica”, conta o empresário de 63 anos.
Mas o dono da Prodomo Design não se arrepende nem um pouco desse investimento feito lá no início. Com um belíssimo show-room ao lado da fábrica, sua empresa tem uma clientela fiel, que sai de BH para comprar seus móveis.
Posto Chefão: referência
Quem também viveu essa transformação foi o empresário do ramo de combustíveis automotivos Carlos Eduardo Campolina, o “Kazê”, 61 anos, que foi um dos responsáveis pela transformação da história do Posto Chefão. “Quando compramos o posto, em 1992, existia apenas uma churrascaria (de nome Metrópole) muito antiga e sucateada e três bombas de combustíveis que abasteciam basicamente os caminhões de minério, cujo movimento crescia muito”, relembra.
Alguns anos depois, Carlos Eduardo e mais dois sócios, investiram na mudança completa do posto, que ganhou uma estrutura totalmente nova e novos restaurantes e lanchonete e passou a se chamar Posto Chefão. “Com as mudanças, passamos a atender melhor não apenas os caminhoneiros, como também os turistas que passavam pelo local”, lembra. Carlos Eduardo não é mais proprietário do Posto Chefão, mas ressalta que o estabelecimento é atualmente uma referência para quem passa pela BR-040 em direção ao Rio.
Para o atual proprietário do Posto Chefão, o empresário Fábio Croso, o Jardim Canadá carece de algumas melhorias, principalmente no trânsito, como melhorar a entrada do bairro, visando facilitar o acesso, em especial, aos condomínios no entorno. Também realizar uma adequação do túnel para possibilitar uma melhor fluidez do tráfego.
Não apenas o posto passou por uma transformação como também o restaurante e a lanchonete, que hoje são de propriedade do empresário Gerson Ribeiro Marques, de 63 anos. Ele conta que o seu empreendimento foi se adequando à própria evolução do Jardim Canadá, cuja expansão das vias de acesso e a crescente urbanização abriam portas para o desenvolvimento comercial e residencial.
Infraestrutura
Embora no início dos anos 2000, o bairro tenha recebido asfalto e tratamentos de água e esgoto, esse rápido crescimento também trouxe alguns problemas relacionados ao tráfego, infraestrutura e preservação ambiental. O empresário Carlos Eduardo Campolina ressalta que “um bairro desse porte, com esse número de pessoas (hoje são mais de 7 mil moradores), não pode depender de uma única passagem inferior por um túnel. É preciso a construção de dois viadutos, um na entrada e um na saída para que haja transposição de um lado para o outro”.
Em 2020, o Jardim Canadá contava com 1.489 empresas. Hoje, estima-se que cerca de 2.000 estejam instaladas no bairro. Com relação à melhoria da mobilidade, os moradores também vivem a expectativa da implantação da Avenida Florença que vai contornar o bairro e a Avenida de Integração Rio de Peixe, que liga o Centro Histórico de Nova Lima ao Jardim Canadá, anunciadas recentemente pelo prefeito João Marcelo Dieguez.
Paraísos dos ciclistas
O Jardim Canadá já se consolidou como um dos paraísos dos ciclistas, principalmente por estar tão próximo de BH e por ter lugares como o Monumento Natural da Serra da Calçada, que é uma das áreas de trilhas mais importantes do Brasil, destinada à prática de caminhadas e ciclismo de montanha. Atualmente, a Serra da Calçada é o ponto de maior concentração de ciclistas e caminhantes do Brasil, diariamente, e em especial nos feriados e fins de semana.
Quanto ao futuro, aos próximos 20 anos, o grande desafio para os moradores e as lideranças locais do Jardim Canadá será um trabalho em conjunto para encontrar soluções, trilhando o caminho do progresso sustentável e a preservação de sua identidade única de um bairro acolhedor e um exemplo inspirador de como as comunidades podem evoluir ao longo do tempo.
Deixe um comentário