Moradores e usuários da BR-040 lutam pela permanência do posto da PRF em Congonhas

Integrantes do Movimento SOS BR-040 e o deputado federal Fred Costa lutam para que Polícia Rodovia Federal reveja sua decisão e mantenha o posto policial em Congonhas, uma vez que o trecho da rodovia com tráfego intenso de carretas é considerado um dos mais perigosos da BR. O posto seria transferido para a cidade de Carandaí.

Após se encontrar com integrantes do Movimento SOS BR-040, o deputado federal Fred Costa (PRD) se reuniu, em Brasília, com o Diretor Geral da Polícia Rodoviária Federal, Antônio Fernando Souza Oliveira, para tratar da permanência do Posto da Polícia Rodoviária Federal (PRF) no município de Congonhas. Existe um movimento junto às instituições para a transferência da base operacional da PRF para o município de Carandaí, de forma a atender os policiais rodoviários de Juiz de Fora, que se sentem penalizados com a distância percorrida para o trabalho.

Estiveram presentes à reunião o Diretor de Assuntos Institucionais da PRF, Pedro da Silva, o presidente do Sindicato dos Policiais Rodoviários Federais de Minas Gerais (SINPRF-MG), José Henrique dos Santos, o prefeito de Capela Nova, Adelmo Resende e o vereador Bruno Sales, de Cristiano Otoni, e os representantes do SOS 040, a advogada Kátia Negreiros, Sandoval de Souza Filho (Congonhas), Olavo Fonseca e Eduardo Andrade Machado.

Fred Costa defende mais segurança

Para o deputado Fred Costa, é notório para todos que a rodovia desenvolve um papel crucial no sistema de logística e transporte do país. E, no caso de Minas Gerais, por atravessar vários municípios mineradores onde a BR é usada para o escoamento do minério de ferro, é necessário ter uma visão geral de todas as suas características, que a tornam especial, e por isso requer mais atenção em aspectos que possam promover a maior segurança para quem trabalha e para quem usa a estrada. “Enquanto não se constrói uma solução para a retirada das carretas da BR, é necessário e urgente buscar alternativas que possam garantir mais segurança e condições para aqueles que trabalham diretamente com os problemas e as demandas da estrada”, declarou Fred Costa.

Se no passado a BR-040 teve um papel fundamental para promover a integração física do país, servindo de instrumento de desenvolvimento econômico, chegando a integrar centros industriais a áreas agrícolas para distribuição de produtos, hoje no trecho entre Nova Lima e Conselheiro Lafaiete ela se tornou a principal forma de escoamento de minério, e o local onde as dificuldades são maiores. Com isso, atraiu novos negócios em todo o seu entorno e hoje é a principal alternativa para receber o fluxo migratório interno das cidades ao redor. Ou seja, a BR-040 traz em toda a sua extensão uma verdadeira complexidade de interações espaciais.

Sindicato: tráfego intenso de carretas

Os policiais alegam que a mudança do posto da PRF da Cidade dos Profetas para Carandaí ficaria equidistante do posto do Jardim Canadá, em Nova Lima, e de Juiz de Fora. Porém, é notório para os integrantes do SOS BR-040 e para todos que trafegam na rodovia que o movimento das cargas pesadas, notadamente de minério de ferro, acontece em grande escala entre Nova Lima e Conselheiro Lafaiete. E que neste trecho, principalmente em Congonhas, é onde ocorrem os maiores registros de acidentes. Além disso, a população flutuante atendida pela Polícia Federal é muito maior no eixo Congonhas, ao contrário de Carandaí, considerada pequena produtora de hortaliças, onde o fluxo de caminhões é pequeno e de menor porte.
Para o presidente do Sindicato SINDPRF, José Henrique dos Santos, existe justificativa muito evidente para a permanência da base, uma vez que o tráfego intenso de carretas e o índice elevado de acidentes no trecho entre Nova Lima e Congonhas são, na maioria, graves e com vítimas fatais. “Como representante classista tenho que atender à demanda da categoria diante também da necessidade da comunidade local. É notório o número de acidentes no trecho o que chancela a necessidade da presença da base nesta cidade”, explicou.
Segundo José Henrique dos Santos, é preciso ressaltar que a permanência da unidade operacional em Congonhas requer melhorias e investimentos. “As instalações da PRF neste local estão muito próximas à borda da BR, são insalubres, em um ambiente onde se respira muito dióxido de carbono e aerodispersóides da mineração. É necessária a construção de uma nova base, mais moderna e melhor equipada, em um local por exemplo que não se alague em período chuvoso”, justificou.

Ele informou que já se reuniu com o superintendente da PRF em Minas, Fábio Jardim, e que este não se opôs em atender à demanda proposta por Fred Costa de manter a unidade operacional em Congonhas, desde que a comunidade seja ouvida, bem como o delegado em Juiz de Fora.

Demanda é grande em Congonhas

Segundo levantamento feito por policiais da unidade operacional da PRF, no último ano, somente em Congonhas os agentes rodoviários realizaram 2.972 atividades de abordagem, com fiscalização de 2.713 veículos e 119 motocicletas. Para se ter uma ideia da demanda do trecho na BR, no período, o posto realizou o registro de 31.311 imagens em radar, realizou o auxílio a 468 usuários, realizando 3.749 testes com abordagem e 14.751 consultas em procedimentos fiscais em veículos, sendo 4.025 com cargas. Também fiscalizou 78.878 veículos com excesso de peso e foram registradas 82 ocorrências policiais para crimes diversos com arma e de atentado contra a vida e ao patrimônio.

De acordo com os integrantes do SOS 040 os dados apurados revelam números impressionantes do trabalho que vem sendo realizado apenas na unidade operacional de Congonhas, ratificam e comprovam a necessidade da permanência da base em Congonhas, diante de todos os problemas de infraestrutura e da falta de segurança que a rodovia oferece.

Em face da notoriedade do trabalho realizado pela PRF, da importância da permanência do posto no local de maior registro de acidentes em todo o trecho de 232 km que foi à leilão e arrematado pela empresa EPR para a concessão da estrada, cujas obras deverão ser feitas em um prazo de cinco anos, resta aos usuários torcer pelos avanços das negociações do Ministério Público de Minas Gerais com as cidades mineradores, que prevê a construção da rodovia do minério.

Em nota enviada ao JORNAL BELVEDERE, o MPMG informou que o Centro de Autocomposição do MPMG (COMPOR) realizou até o momento 14 reuniões de pré-medição de atuação e procedimentos autocompositivos. E que é vedado o repasse das informações relativas ao conteúdo das mesmas.

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