Estão previstas a estruturação e fortalecimento da culinária nova-limense, um centro de referência de produção artesanal, a reestruturação de eventos como a Festa da Mandioca e a Uaiktoberfest, além de uma escola de gastronomia e turismo, e um museu.
Enquanto elabora o Plano Municipal de Turismo, Nova Lima está realizando o planejamento do setor para os dois próximos anos, através do levantamento de ações que podem alavancar projetos, capacitar pessoas e estruturar produtos de forma dinâmica e eficiente. Entre as iniciativas previstas neste plano de ação estão o desenvolvimento de experiências turísticas, o fortalecimento da gastronomia, a instalação de um fórum municipal de integração do turismo, a utilização do sistema de inteligência turística, um centro de referência de produção artesanal, a reestruturação de eventos como a festa da mandioca e a Uaiktoberfest, uma escola de gastronomia e turismo, e um museu.
Segundo informou o subsecretário Vinícius Quintão, este deverá ser o ano de transformação do turismo. “Entre as ações estão o principal projeto histórico cultural que será o Centro de Referência de Produção Artesanal, com a instalação de uma escola de turismo e gastronomia, e atrativos para o ecoturismo. Há projetos que não são estruturantes de vocação, mas são prioritários, como o observatório municipal de turismo, que será lançado em setembro, e que será uma estrutura de análise e de divulgação de informação sobre o destino, que deve angariar informações sobre a oferta e demanda turística do município”, explicou
Criar novos produtos
Vinícius Quintão conta que dentro do direcionamento de estruturar empresas para atender e desenvolver o turismo uma empresa, a GKS, irá realizar uma consultoria para trabalhar inicialmente com dez empresas, podendo chegar até a 30 negócios ao longo do ano. “Esta consultoria atuará junto ao empresariado para estruturar que tipo de produto será oferecido pelo mercado, como oferecer este produto ao cliente, como cobrar, como melhorar a qualidade e até mesmo a divulgação. Vamos estruturar a experiência turística, porque temos hoje muito potencial, porém poucos produtos a serem oferecidos ao turista. Como exemplo, temos as trilhas que não possuem nenhum produto associado a elas. O visitante vem, passa pela trilha, e não deixa nada para a cidade. Queremos desenvolver algo que possa ser visto, consumido e ofertar experiências para que o turista se lembre sempre do lugar que visitou”, explicou.
Ele comenta que um dos projetos a serem desenvolvidos é a reestruturação do polo cervejeiro, porque hoje existe uma dificuldade na cidade para comercializar as visitas às cervejarias. “A ideia é estruturar junto a estas empresas um programa de visitação rentável. Até então o município vem divulgando o polo cervejeiro e a partir de agora irá divulgar o produto de visitação, indo além de visitas meramente à planta produtiva com o consumo do produto, mas oferecer algo maior como um curso de mestre cervejeiro que culmina na degustação do produto feito”, explicou Vinícius.
Além deste, os núcleos de queca e lamparina serão fortalecidos e ampliados, de forma que no futuro próximo se obtenha uma indicação geográfica das iguarias, como existe com o queijo da Serra da Canastra e da cachaça de Salinas. “A gente quer ter produtos genuinamente nova-limenses, protegidos e que não sejam copiados”, ressaltou.
Museu para mostrar as raízes culturais de Nova Lima
Um outro grande atrativo que está sendo pensado é um museu para contar a história de Nova Lima que passa pela mineração, mas que não se restringe a ela. “A ideia é ter um projeto museológico, dentro de um ano, para que conte as raízes culturais de Nova Lima, inclusive o passado recente, o que trouxe a cidade a se tornar inovadora, dinamizada e com uma economia pujante. Queremos um museu informativo, interativo e com formação da nossa mão de obra local para trazer a comunidade para dentro deste espaço. Então, a título de exemplo, dentro deste museu queremos mostrar o zigue-zague, as corporações musicais que temos na cidade que é uma raiz muito forte, falar do papel de caixa d’água de Belo Horizonte que Nova Lima cumpre, entre outros. Não queremos meramente uma exposição, mas trazer estes elementos de uma forma diferente e oferecer algo mais interativo e sensorial. Por exemplo, se formos falar de mineração, não vamos falar de uma sala limpa, vamos mostrar o que é mineração, em uma sala empoeirada e quente. O ziguezague tem que ser em uma sala de desnível. Queremos que o turista venha ao museu e volte porque gostou do que viu. É isso que a gente quer entregar”, declarou.
Place Branding de Macacos
“Outra proposta é preparar os feirantes do município para que eles ofereçam melhores produtos. Assim como o setor de gastronomia do Vila da Serra, para que os restaurantes consigam avançar e serem mais competitivos, além de promover uma interação com o polo cervejeiro. E que outros restaurantes da cidade consigam avançar na qualidade de seus produtos, com boas práticas de fabricação ou na estratégia de posicionamento de mercado”, explica Vinicius.
Outra grande tacada do turismo é o Place Branding de Macacos, uma proposta que pretende reorganizar a identidade do lugar a partir das pessoas, mapeando todos os valores culturais do lugarejo. O trabalho está sendo feito junto às 22 associações existentes para um consenso sobre o posicionamento de mercado, para então partir para os debates junto ao trade turístico, comerciantes em geral, ciclistas e motociclistas, mineração, etc. “Queremos estruturar as empresas e aproximá-las de toda a cadeia turística, consolidar os atrativos do lugar e avançar nos resultados para todos”, explicou Vinícius Quintão.
Ele conta que neste ano, o município irá realizar eventos como a Festa da Mandioca e Uaiktoberfest, já tradicionais, e outros dois eventos esportivos que estão sendo programados, que são a Copa Internacional de Mountain Bike, em março, e em abril a WTR (World Trail Race) um evento de corrida de montanha e ciclismo, cujo circuito acontece no Rio e em São Paulo e a primeira prova fora desse eixo será em Nova Lima.
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