Terra da queca, da lamparina, do verde, das trilhas e dos corredores da biodiversidade

Corredor Ecológico do Vale do Mutuca é fundamental para preservar e conservar a área que é de grande relevância para os ecossistemas regionais, sendo o principal eixo de fluxo de fauna entre a bacia do Rio das Velhas e a bacia do Rio Paraopeba. Além de possibilitar a promoção de ações de educação ambiental, assim como possibilitar novos estudos científicos.

Além das quecas e lamparinas, da mina de ouro e da mineração, Nova Lima é reconhecida por suas trilhas famosas, reservas hídricas de suma importância para o abastecimento de água, por parques ecológicos e corredores de biodiversidade, que são áreas de cobertura vegetal que permitem a união entre remanescentes ambientais ou unidades de conservação fragmentadas pela ação antrópica, mitigando assim os efeitos gerados pela fragmentação florestal.

Ao Sul da Capital e na porção Norte do município, bem ao lado de residenciais unifamiliares e multifamiliares, está o Corredor Ecológico do Vale do Mutuca, projeto cujo reconhecimento foi idealizado em 2012, fruto de diferentes estudos técnicos e discussões internas na ONG Promutuca. A finalidade principal deste Corredor é preservar e conservar a área que é de grande relevância para os ecossistemas regionais do Alto Rio das Velhas, sendo o principal eixo de fluxo de fauna entre a bacia do Rio das Velhas e a bacia do Rio Paraopeba. O reconhecimento do corredor é fundamental para possibilitar a promoção de ações de educação ambiental da população, assim como possibilitar novos estudos científicos para um melhor e mais adequado uso do local.

O projeto do Corredor Ecológico Vale do Mutuca conta com o apoio da Prefeitura de Nova Lima, associações ambientais do Vale do Mutuca, Unidades de Conservação e outras instituições de Minas Gerais. O projeto foi apresentado ao IEF e ao longo desses anos foi adequado conforme orientações técnicas e estudos realizados.

Manter a conectividade ambiental

Regina Faria, diretora de Meio Ambiente da Promutuca, ressalta que o Corredor Ecológico do Vale do Mutuca tem por objetivo a proteção da ligação dos ecossistemas da bacia do Rio Paraopeba aos da bacia do Rio da Velhas, possibilitando a proteção de ambientes naturais remanescentes na bacia do Córrego do Mutuca, de forma a manter a conectividade ambiental entre importantes unidades de conservação existentes no segmento sul da Região Metropolitana de Belo Horizonte, como o Parque Estadual da Serra do Rola Moça, Estação Ecológica de Fechos, Reservas Particulares do Jambreiro, Tumbá, Vale dos Cristais e Samuel de Paula e Monumentos Naturais do Morro do Pires, do Morro do Elefante e da Serra do Souza.

“A bacia do Mutuca, é um importante corredor ecológico entre áreas intensamente pressionadas por usos urbanos e de mineração e faz conexão entre as diversas unidades de conservação da região abrigando importantes nascentes e cursos d’água, rica fauna, incluindo espécies diversas, endêmicas e outras ameaçadas de extinção bem como exuberante flora. Ao Sul da Região Metropolitana de Belo Horizonte, é a única conexão física entre as bacias do Rio Paraopeba e do Rio das Velhas, em um raio de aproximadamente 40 quilômetros, fica no limite entre os municípios de Brumadinho, Nova Lima e Belo Horizonte, no Vale do Ribeirão do Mutuca e passa embaixo do Viaduto do Mutuca, na rodovia BR-040 (que liga Brasília ao Rio de Janeiro)”, explicou.

Deslocamento de animais

“Os Corredores Ecológicos proporcionam o deslocamento de animais, a dispersão de sementes e aumento da cobertura vegetal. A partir destas informações, são estabelecidas as regras de utilização destas áreas, com vistas a possibilitar a manutenção do fluxo de espécies entre fragmentos naturais e, com isso, a conservação dos recursos naturais e da biodiversidade. São, portanto, uma estratégia para amenizar os impactos das atividades antrópicas sobre o meio ambiente e uma busca ao ordenamento da ocupação humana para a manutenção das funções ecológicas no mesmo território”, ressalta Regina Faria.

O principal fundamento é que a Bacia do Mutuca em si é um corredor ecológico e não apenas áreas florestadas de mata atlântica nos fundos de vale. Ela funciona como importante elo de conexão entre o Parque da Serra do Rola Moça e as outras diferentes unidades de conservação inseridas na margem esquerda do Rio das Velhas e do sinclinal moeda. O corredor ecológico do Vale do Mutuca, dessa forma, possui uma importância de conectividade de paisagem no âmbito regional, sendo imprescindível para a conectividade do mosaico das Unidades de Conservação existentes no Quadrilátero Ferrífero.

Share this post

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *