Volta às aulas: Por que levar o Meio Ambiente para a sala?

Iniciamos mais um ano letivo e a cada ano, levar a educação ambiental para dentro da escola tem se tornado uma tarefa simples. Há tempos ela deixou de ser utópica ou inalcançável para se tornar um tema e uma prática obrigatória para construir uma sociedade melhor e um meio ambiente mais sustentável.

É sempre bom relembrar o conceito de recurso natural: tudo aquilo que é extraído da natureza para ser utilizado pelo homem com o objetivo do seu desenvolvimento econômico, como produção de matéria-prima ou geração de energia. Alguns desses recursos são capazes de se recompor em um tempo menor, como as florestas, a água, a fauna e a flora.

Outros precisam de grandes eras geológicas para serem desenvolvidos, como o minério, o petróleo e o carvão mineral. Em qualquer um dos casos, os recursos naturais correm um grande risco de se esgotarem caso não sejam utilizados de maneira consciente e adequada.

Todo consumo, social, econômico ou natural, tem um impacto, seja positivo ou negativo. Estima-se que o ser humano já tenha utilizado mais de 30% dos recursos naturais que a Terra é capaz de reconstruir. Se a humanidade mantiver esse modelo, em pouco tempo não teremos mais como atender às nossas necessidades de água, energia e outros recursos. Dessa forma, é imprescindível escolher uma maneira de consumir de forma consciente e assim minimizar os prejuízos ao ambiente.

Educação ambiental possui valor inestimável

Criar conceitos, hábitos, atitudes e valores ambientais deve ser um trabalho constante e sólido. Com um país de uma natureza exuberante e riquíssima, a educação ambiental possui valor inestimável e deve ser encarada como base não só do sistema educacional, mas como parte do cotidiano de cada indivíduo que utiliza os recursos naturais. Baseada em um conjunto de práticas que orientam a resolução de problemas concretos no meio ambiente por meio do trabalho interdisciplinar e da participação ativa e responsável de cada pessoa na sociedade, ela deve valorizar suas habilidades, competências, metodologias e conhecimentos, sendo estes seus pilares. Além disso, essa valorização deve conciliar a evolução, seja ela tecnológica, de produtos ou serviços, sem afetar o meio ambiente.

Quando se torna uma questão ambiental que é trabalhada com toda sociedade e principalmente nas escolas, as crianças, adolescentes, jovens e adultos ficam bem informados sobre os problemas ambientais e se tornarão pessoas mais preocupadas com o meio ambiente, além de serem transmissores dos conhecimentos que obtiveram na escola para sua casa, família e vizinhos.

As instituições de ensino já estão conscientes que precisam trabalhar a problemática ambiental e muitas iniciativas têm sido desenvolvidas em torno desta questão, como a incorporação da temática do meio ambiente nos sistemas de ensino como tema transversal dos currículos escolares, permeando toda prática educacional em todos os níveis de ensino, já que formam um papel fundamental, decisivo e estruturante na conscientização e na mudança comportamental de crianças, jovens e adultos.

Trabalhando as várias possibilidades de aplicação da educação ambiental em sala de aula, é possível compreender a complexidade do meio ambiente, tanto o natural quanto o modificado pelo homem, seus aspectos biológicos, sociais, econômicos, físicos e culturais. Além disso, é possível conhecer os reais problemas da sociedade e dentro da realidade local e propor soluções mais viáveis.

Degradação da natureza e de incertezas

O atual cenário de degradação da natureza e de incertezas quanto aos desafios globais relacionados ao meio ambiente requer uma nova leitura e mais crítica sobre os aspectos ambientais e a educação ambiental é essencial para uma maior compreensão das questões socioambientais que afetam nosso cotidiano.

Entretanto, como todas as questões ambientais, a educação ambiental enfrenta desafios. Um deles é o engajamento. Para que a aprendizagem seja efetiva, é necessário análises críticas do processo, bem fundamentadas e que possibilitem que as ações desenvolvidas sejam avaliadas, contextualizadas, integradas, e não soltas ou fragmentadas. Outro ponto a ser analisado é o envolvimento da gestão. Qualquer esforço se torna em vão quando se tem uma gestão descomprometida com os princípios da educação ambiental ou simplesmente barra os projetos, impedindo que os mesmos sejam desenvolvidos.

A consciência ambiental é primordial para compreendermos que dividimos tempo e espaço com outros seres vivos e interagimos com fatores diversos. Sem equilíbrio, todo esse cenário está ameaçado e o ser humano está incluído nele. O conhecimento é a melhor ferramenta no combate à degradação ambiental. Mas não será a tecnologia, ou a ciência, ou a educação que resolverão sozinhas os problemas do mundo. Serão todos esses fatores atuando em conjunto.

Juliana Mendes Vasconcelos / Bióloga / Ma. em Ciências e Tecnologias para o Desenvolvimento Sustentável / Colaboradora da Promutuca / www.promutuca.com.br • adm.promutuca@gmail.com

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