A Associação dos Municípios Mineradores de Minas Gerais e do Brasil (AMIG), vai realizar, no dia 1º de dezembro, o lançamento da edição fac-símile 2022 do livro “A concessão Itabira Iron – A origem da Vale e os primórdios da indústria da mineração no Brasil”. A obra, publicada em novembro de 1934 pelo mineralogista Clodomiro Augusto de Oliveira, professor e diretor da Escola de Minas de Ouro Preto no biênio 1930/31, conta um relato sobre a exploração do minério de ferro nas ricas jazidas de Itabira, situada na região Central de Minas Gerais. O lançamento será às 10h, na Fundação Cultural Carlos Drummond de Andrade (Av. Carlos Drummond de Andrade, 666 – Centro, Itabira).
A reedição, que será doada a instituições brasileiras como a Academia Mineira de Letras, chega em um momento de alerta para a história mineral do município. Itabira corre contra o tempo. A cidade de Carlos Drummond de Andrade, com cerca de 121 mil habitantes e berço da mineradora Vale, precisa fazer, em apenas nove anos, um dever de casa adiado, ou realizado sem sucesso por décadas: diversificar a economia local o suficiente para deixá-la independente da mineração.
Isso porque o município vive há 80 anos a dependência econômica da atividade minerária. Sua história e desenvolvimento praticamente se confundem com a da exploração mineral, cujo fim, segundo previsões da Vale, será em 2031. “ Itabira tem sido, mais uma vez, um laboratório para a mineração de Minas Gerais e do Brasil, já que a cidade vê o fim da exploração mineral cada vez mais próximo. E, por isso, a construção de uma almejada independência financeira se faz importante e urgente.” A diversificação econômica deve ser perseguida todos os dias, como saúde e educação”, diz o consultor de Relações Institucionais e Econômicas da entidade, Waldir Salvador.
Segundo o prefeito de Itabira, Marco Antônio Lage, a dependência econômica da mineração é o maior problema que o município tem a resolver. “Era assim há décadas e continua hoje. Pelo menos 80% do orçamento de Itabira é proveniente de receitas da mineração. Seja da Compensação Financeira pela Exploração Mineral (Cfem), que chegou a 30% da receita total em 2021, ou das demais fontes diretamente impactadas pela atividade, como o ICMS e o ISS. Isso sem falar, claro, do quanto as atividades econômicas do município estão atreladas à mineração: comércio, indústria e outras. Temos um cenário de inegável dependência”, pontua.
Deixe um comentário